JAIME PRADES
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Matéria de Gabriela Meschini.


Revista no formato 27,5 x 20,5 cm, 114 páginas. Edição número 145 de fevereiro de 2018.

ARTE COMO ATIVISMO

Desde a década de 1980, Jaime Prades cria obras de caráter social que transformaram a história do Brasil.

Talvez tenha sido em exposição realizada no Parque do Ibirapuera, ao decorrer da rua Bela Cintra ou no próprio Beco do Batman. A verdade é que, se você mora ou visita a cidade de São Paulo, com certeza já deparou com alguma obra deste artista plástico autodidata. Isso porque, há mais de 30 anos, as intervenções de Jaime Prades saltam do cinza e preenchem espaços públicos da capital com cor, formas e apelos sociais tão necessários para os dias de hoje.

De nascimento, o artista é espanhol, mas a verdade é que ele tem alma 100% brasileira, sendo até referência histórica de nosso país.
Nos anos 80, por exemplo, em meio à ditadura militar, Prades integrou o coletivo Tupinãodá - grupo conhecido como berço do grafite, por meio do qual grandes artistas paulistas enfrentavam a atmosfera de medo e insegurança para distribuir arte pelos espaços urbanos. "Na época, a gente estava em pleno processo de transição da ditadura para a democracia e eu tenho para mim que, quando começou a abrir a panela de pressão, espirrou tinta", conta o artista que ia para as ruas em plena luz do dia realizar suas intervenções.

O tempo mudou, mas a obra de Prades permanece sendo um grito à sociedade: seu trabalho sempre faz referência a questões como o limite entre o público e o privado; o abandono e a descaracterização das comunidades; o valor da obra de arte diante o desprestígio das artes vernaculares; as cidades como suporte; e o palco urbano como território de convivência, entre tantos outros temas.

Nessa linha, Prades produziu pinturas, esculturas, desenhos, objetos e instalações capazes de transmitir seu traço marcante independentemente do suporte ou da linguagem utilizada. Seus trabalhos estão agrupados em cinco séries principais, que são: Máquinas, Totens, Absurdos, Xamânicos e Natureza Humana. Cada uma delas aborda, respectivamente, a desumanização, a ancestralidade, a alegria, o sagrado e a crise civilizatória materialista.

Por meio do projeto Natureza Humana, o artista trabalha restos de madeiras resgatadas do lixo, transformando-os em instalações e esculturas em formato de árvores. Sempre engajado ao movimento social, Prades possui a linguagem poderosa e contextualiza as ações do ser humano com a natureza.